Síndrome do cólon irritável (ou síndrome do intestino irritável – SII) é um distúrbio na motilidade intestinal não associado a alterações estruturais ou bioquímicas e que se caracteriza por episódios de desconforto abdominal, dor, diarreia e prisão de ventre (constipação) presentes pelo menos durante 12 semanas (consecutivas ou não).

É uma condição que acomete de 10 a 20% da população mundial e não só é muito prevalente como também traz importantes repercussões à qualidade de vida de seus portadores.

Cada vez mais vem se mostrando ineficiente na melhora dos aspectos gerais de bem-estar a visão focada apenas em aspectos específicos da SII. cada vez mais se mostra ineficiente na melhora dos aspectos gerais de bem-estar.

Inclusive, a literatura médica mostra que somente “ajustar“ o funcionamento do intestino, já que essa condição é caracterizada por intestino solto e/ou preso, NÃO é suficiente.

Um estudo da Gastroenterology, publicado em janeiro de 2021, mostra que a abordagem baseada na parceria da gastroenterologia com o nutricionista e o terapeuta (preferencialmente especialista em transtornos gastrointestinais) vem demonstrando maiores evidências de êxito, pois trata-se de condição multifatorial mediada pelo eixo cérebro-intestino que determina padrões de respostas neurossensoriais exacerbadas. Sem falar que há o efeito gatilho para surgimento de sintomas mediados pela alimentação.

Os autores do estudo demonstram que os sintomas tendem a iniciar como respostas a eventuais estímulos “periféricos”, como estresse, alimentação, ciclo menstrual. Entretanto, sem tratamento, com o passar do tempo os estímulos deixam de ser periféricos e passam a ser “centrais”, ou seja, passam a nascer no próprio cérebro. Nessa fase os sintomas ocorrem independente de haver ou não os estímulos que antes os causavam.

Assim, a abordagem integrativa da SII deixa de ser exceção e passa a ser a regra. E, quanto mais integrada for a abordagem, maiores as chances de melhores respostas.